quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Horário eleitoral: fator decisivo nas eleições tocantinenses



Dizem que a campanha eleitoral começou em 5 de julho, seu prazo inicial. Alguém viu algum candidato por aí, principalmente ao cobiçado cargo de governador do Estado? Enquanto eleitor, eu não vi. Apenas li uma notinha em um jornal, do tipo agenda. Era uma nota fria e sem foto, que relatava, em poucas linhas, algumas viagens ao interior do Estado. Eu não estava lá. Não vi os candidatos, não acenei para eles nem apertei as suas mãos.

Acho que a campanha começa, pra valer mesmo, é em 15 de agosto, com o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Claro que, pela TV, não haverá o aperto de mão, mas terá a emotividade do olho-no-olho, da voz firme, das boas propostas, dos companheiros argumentando que este é melhor para nos representar que o seu adversário.

Será uma rotina. De segunda a sábado, nós sentados em nossas salas, após o jantar, e eles lá, junto. Numa troca de intimidades, virão até onde estamos e falarão diretamente para nós, mostrando como vivem e trabalham, quem são seus amigos e o que pretendem fazer para melhorar nossas vidas. Ao mesmo tempo, poderemos adentrar, todos os mais de um milhão e trezentos mil tocantinenses, na casa dos candidatos, e ver como é seu convívio familiar e quais são os seus hábitos.

Na verdade, acredito que a propaganda eleitoral gratuita será não apenas o marco inicial da campanha, mas também o seu fator decisivo.

No Tocantins, estamos vivendo a primeira campanha eleitoral polarizada para o cargo de governador, com dois candidatos que chegam à reta inicial com chances de vitória semelhantes. Também é a primeira campanha que não conta com shows associados aos comícios, o que atrairá menos pessoas à praça pública. “O que ir fazer lá”, pensará parte dos eleitores, “se nem camisas e bonés podem ser distribuídos?”. Poucos deverão deixar a comodidade da sala de TV para ir à rua e, de pé, ouvir político discursar.

Portanto, nesta campanha o palanque promete ser mesmo é eletrônico. Em eleição, se convence com emotividade, e não com propostas, e a propaganda gratuita na mídia é o melhor canal para se chegar a este resultado.

O corpo-a-corpo não pode ser deixado de lado, mas certamente terá sua importância reduzida. A mobilização das lideranças do interior, se bem coordenada e feita com paixão, poderá ser tão decisiva quanto os programas políticos. Neste caso, porém, existe a condição do “se”.

Assim, deve convencer a já reduzida parcela do eleitorado que ainda não fez sua escolha aquele candidato que estiver com campanha mais bem estruturada e com bons profissionais em sua equipe. Argumentos pra se usar, existem dos dois lados. Vamos ver quem o faz melhor.

Publicado em: www.ogirassol.com.br
Julho/2006

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