Em algum lugar, existe um espelho de mim. Por um dos grandes mistérios do mundo, ele não reflete minha imagem de hoje, mas a de um passado que já me parece secular - como que um retrato de Dorian Gray invertido.
Naquela imagem, enxergo além das tranças negras, além do bigode ralo e da pele morena que nunca me pertenceram. Ali, eu enxergo os sonhos, as curiosidades, questionamentos e descobertas que um dia vivi – ou que tive ânimo para achar que viveria.
No reflexo, tudo é novo, tudo são plenos horizontes. Tudo é vibrante. Esse era eu. Não as tranças, não o bigode ralo ou a pele morena. Eu, em essência, era este complexo de sentimentos.
Hoje, um pouco cansado, um pouco sem esperanças e vendo o horizonte cada vez mais estreito, me deparo diante daquele sorriso esboçado no espelho. Vejo isso e fico feliz.
Para Rafael Mussolini
Naquela imagem, enxergo além das tranças negras, além do bigode ralo e da pele morena que nunca me pertenceram. Ali, eu enxergo os sonhos, as curiosidades, questionamentos e descobertas que um dia vivi – ou que tive ânimo para achar que viveria.
No reflexo, tudo é novo, tudo são plenos horizontes. Tudo é vibrante. Esse era eu. Não as tranças, não o bigode ralo ou a pele morena. Eu, em essência, era este complexo de sentimentos.
Hoje, um pouco cansado, um pouco sem esperanças e vendo o horizonte cada vez mais estreito, me deparo diante daquele sorriso esboçado no espelho. Vejo isso e fico feliz.
Para Rafael Mussolini
Novembro de 2008
Publicado em: www.overmundo.com.br
É a história de um reflexo, um reflexo dentro de um espelho, que sonha ter a liberdade da fonte de imagem e que também fica feliz em saber que pode ser pelo menos um pouco parecido com aquele cara no futuro.
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